NOTÍCIAS

31 de maio de 2015 Abandonado no Chilindró

A inseparável esposa de José Maria Marin, Dona Neusa, está no Brasil. O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, que em um primeiro momento chegou a dizer que todos os contratos a que se referia a investigação americana eram anteriores à gestão do dirigente, mudou o tom ao voltar ao país. Os seus aliados na Conmebol não querem nem ouvir falar no nome. E o presidente da entidade, Juan Angel Napout, também não quer se meter no caso, apesar de o diretor geral da entidade, Gorka Villar, defendê-lo no processo interno da Fifa para recorrer do seu banimento – provisório, enquanto não há um desfecho definitivo do caso. Até o seu assessor pessoal, que trabalha com Marin há anos, deixou a Europa. Sem falar inglês, sem confortos e sem privilégios, o sucessor de Ricardo Teixeira na CBF está completamente isolado em uma prisão em Zurique, local mantido em absoluto sigilo pelas autoridades, que só confirmam não haver quaisquer regalias para o cartola.

Dona Neusa sempre acompanhou o marido em eventos, solenidades e onde mais pudesse. Mas, com as contas de Marin bloqueadas e o celular internacional apreendido, ficaria em apuros caso permanecesse em território suíço. Del Nero, ainda que os documentos divulgados pelas autoridades americanas não digam expressamente, seria um dos nomes na lista de co-conspiradores numerados da investigação que culminou com a prisão de sete pessoas dias antes da eleição presidencial na Fifa.

Joseph Blatter anunciou publicamente seu banimento – e de todos os indiciados, também sem quaisquer comentários em sua defesa. Na Conmebol, Napout, muito solícito durante o Congresso da Fifa, respondia sobre qualquer coisa, até a possibilidade do fim da imunidade da sede da entidade em Assunção, no Paraguai. Menos sobre Marin. Até seu nome foi retirado da nova sede da entidade que dirigiu e batizou.

O ex-presidente da CBF vem sendo assistido por dois advogados suíços – um deles teria sido indicado pela Conmebol que, no entanto, publicamente, não confirma. Ele não tem privilégios, está em cela individual, enquanto seguem os procedimentos para a possível extradição para os Estados Unidos. O ex-presidente da CBF e e até então vice-presidente da entidade, título que perdeu ao ser banido de atividades ligadas ao esporte anunciada pela Fifa, é acusado de receber propinas em negociação de direitos de comercialização de competições. Se extraditado, o cartola de 83 anos pode se ver diante de uma pena de até 20 anos de reclusão.

A idade avançada é o principal dos argumentos dos advogados do dirigente para tentar enquadrá-lo em um modelo de prisão domiciliar. Segundo informações passadas pela Polícia Federal de Zurique, o dirigente passa bem e tem auxílio médico à disposição.

Voltar