A Abrarenas, associação que reúne gestores de arenas de todo o país, acredita que haverá uma diminuição no preço dos ingressos para jogos de futebol com a regulamentação da lei da meia-entrada, que entra em vigor em 1º de dezembro.
Há, porém, uma “pegadinha”, que pode fazer com que a diferença não seja sentida por parte dos torcedores.
A medida restringe o benefício a uma cota de 40% em bilheterias, em todos os setores disponíveis, válidos para todos os segmentos, como shows e teatros também.
Dessa forma, no entendimento da entidade, haverá um planejamento melhor, que poderá resultar na redução dos valores cobrados nos bilhetes vendidos.
Acontece, porém, que a nova regulamentação oficializa a prioridade dos sócios-torcedores em detrimento da meia-entrada. Ou seja, se para um jogo o clube conseguir realizar toda a venda para os associados, não precisa garantir nenhuma porcentagem para meia-entrada.
Além disso, um benefício não se soma a outro, como acontece atualmente no Flamengo –sócios recebem descontos pelo programa e conseguem ainda mais 50% por serem estudantes.
“Eu acredito que possa haver uma diminuição de 15% a 20% no preço dos ingressos. Antes, o produtor cobrava mais porque sabia que muita gente ia pagar metade. Com a mudança na lei, é possível fazer uma conta melhor e fazer preços mais razoáveis”, afirmou Marcelo Flores, presidente da Abrarenas.
“Não vai mexer com os sócios-torcedores. Alguns clubes chegaram a ser autuados por não separarem ingressos para meia-entrada, sendo que vendiam tudo para os associados. Agora, não passarão mais por isso”, completou o executivo.
Em São Paulo, apenas o Santos não foi advertido por não garantir ingressos com o benefício, recentemente.
FISCALIZAÇÃO
Alguns estádios começaram a fazer nas últimas semanas um controle maior para a venda da meia-entrada.
No Maracanã, por exemplo, o resultado sentido.
“Foram duas medidas combinadas: controle maior na venda e na entrada. A média era de 65% e caiu para menos de 40% apenas com uma fiscalização maior”, afirmou Marcelo Frazão, diretor de marketing da Concessionária Maracanã.
No duelo entre Fluminense e Palmeiras, na última quarta-feira (21), as meias-entradas ficaram com apenas 33% dos torcedores.
Para Frazão, o controle maior é bom para todos os envolvidos no evento.
“É bom pra todo mundo. Para o torcedor, para o clube, para quem administra a arena. Você aumenta o ticket médio sem aumentar o preço. É mais receita no final. O torcedor tem o benefício garantido e o que via outros tendo vantagens de forma irregular param de se sentir prejudicados”, finalizou.
Na opinião do diretor do Maracanã, como os preços no Rio são mais baixos se comparados a outros Estados, será difícil que haja uma redução no valor das entradas.
Ele acredita que a regulamentação da lei servirá para segurar um aumento que poderia chegar ou também um aumento em partidas mais importantes, como semifinais e finais, quando os valores normalmente disparam para os torcedores.
Da Folha de São Paulo/pinçado do vermelhodepaixao