Além de prejudicar a negociação com possíveis reforços, a indefinição financeira pode fazer com que a Cabofriense, pouco a pouco, também perca jogadores do atual elenco. Uma das principais peças da equipe que conseguiu terminar o Campeonato Carioca deste ano em quarto lugar, Victor Silva acertou sua rescisão com o clube na última segunda-feira e não defende mais o Tricolor Praiano. Na despedida, ele aproveitou para desabafar e explanar os problemas encontrados no time de Cabo Frio.
Segundo o zagueiro, a diretoria deve três meses de salários aos jogadores, além da premiação pela campanha surpreendente no estadual. Victor conta que, por algumas vezes, tentou contato com membros da diretoria para tentar saber quando a equipe se reapresentaria aos treinos, mas sequer isso conseguiu.
– A gente está com três meses de salários atrasados. A gente não sabe o que vai acontecer, não sabe de nada. Não parece que está em um clube. Além de estar com esse problema de salário, não sabe nem o dia que vai se apresentar. Com esses problemas todos, fica difícil para mim. Tenho outras coisas e resolvi sair – disse o zagueiro, que está com 26 anos.
A Cabofriense havia agendado a data de reapresentação inicialmente para o dia 15 de dezembro, mas a incógnita em que vive o clube atualmente fez com que o dia fosse adiado para o ano que vem. O Tricolor Praiano vem, há pouco mais de um mês, tentando acertar a renovação do apoio da prefeitura da cidade, patrocinadora master do clube, mas eles não chegam a um acordo.
– Eles uma hora passam uma coisa, outra hora passam outra. Eu sei que eles têm os problemas deles. Mas eu não posso esperar todo o tempo. É uma falta de respeito por não saber de nada. Você tenta falar com alguém, mas não consegue. Tenta falar com o presidente, mas, às vezes, não consegue também. O motivo (da saída) foi essa irritação por não saber de nada. Às vezes a gente tem proposta de outro time, mas está segurando por carinho pela Cabofriense – concluiu o jogador.
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