Felipe Massa chegou em segundo lugar na corrida. Nico Rosberg, companheiro de equipe e adversário direto na briga pelo título, terminou em 14º
Deu tudo certo para Lewis Hamilton em Abu Dhabi. Da largada perfeita à bandeirada merecida que o coroou bicampeão, o inglês fez por merecer a 11ª vitória no ano que o consagra na Fórmula-1.
Bastou a quinta luz vermelha apagar para Hamilton disparar na frente. O rival Nico Rosberg errou e largou lentamente, deixando o inglês tranquilo para assumir a ponta logo na primeira curva.
O duelo seguiu nas voltas seguintes, mas Hamilton controlava a vantagem com tranquilidade. Até que a Mercedes de Rosberg sucumbiu. Com uma falha no sistema de recuperação de energia, o carro perdeu velocidade e, aos poucos, fez o alemão despencar na corrida.
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Falhas eletrônicas fizeram, mais tarde, Rosberg virar presa fácil para os rivais. Sem chance de título, o alemão foi aconselhado a abandonar, mas pediu para completar o GP de Abu Dhabi. E assim o fez, uma volta atrás do rival.
Lá na frente, entretanto, Hamilton não teve vida fácil. Foi perseguido até a volta final por um inspirado Felipe Massa. Com uma estratégia de paradas mais tardias, o brasileiro chegou a liderar a corrida e, com pneus macios no fim, tirou quase nove segundos de desvantagem. Mas foi insuficiente.
Hamilton cruzou a bandeirada sob fogos de artifício e muita emoção. Na volta da vitória, parou o carro na longa reta de Yas Marina e repetiu o gesto do ídolo Ayrton Senna: recebeu da torcida uma bandeira do seu país e desfilou até o pódio.
Valtteri Bottas, que largou mal e se recuperou com competência, fechou o pódio da última corrida do campeonato. O resultado selou a gigantesca evolução da Williams, que terminou o ano brigando com a imbatível Mercedes e abrindo margem para sonhar com vitória em 2015.
Para Massa, o ano termina de forma sensacional. Em Abu Dhabi, o brasileiro conquistou o melhor resultado na temporada. E fecha o campeonato com três pódios (Itália, Brasil e Abu Dhabi) e uma pole (Áustria). Um renascimento para quem era dado como aposentado no fim de 2013.
Na disputa pelo campeonato, deu a lógica. A vantagem de Hamilton era grande, apesar de reversível. Se Rosberg não tivesse problemas mecânicos, talvez a briga fosse mais parelha. Mas não há garantias, pelo que pilotou o inglês, de que fosse possível tirá-lo a taça. No final, Rosberg cumprimentou Hamilton, em uma grande demonstração de espírito esportivo.
A noite em Abu Dhabi também marcou a despedida de Fernando Alonso (9º) da Ferrari e de Sebastian Vettel (8º) da Red Bull. O time austríaco, cujos pilotos largaram dos boxes, fez uma baita recuperação na prova e mostrou que tem estofo para o ano que vem. Daniel Ricciardo terminou em 4º.
Com zerinhos em frente a torcida, Jenson Button (5º) sinalizou que está abandonando a F-1. Campeão em 2009, o inglês abrirá espaço para Alonso. A confirmação, no entanto, só deve ser feita em dezembro pela escuderia inglesa.
Com 19 corridas e três vencedores — Hamilton (11), Rosberg (5) e Ricciardo (3) —, a F-1 se despede de uma das mais disputadas e emocionantes temporadas com um campeão merecido e a esperança imensa de duelos ainda mais acirrados em 2015.
Os 10 primeiros em Abu Dhabi
1 — Lewis Hamilton (Mercedes)
2 — Felipe Massa (Williams)
3 — Valtteri Bottas (Williams)
4 — Daniel Ricciardo (Red Bull)
5 — Jenson Button (McLaren)
6 — Nico Hulkenberg (Force India)
7 — Sergio Pérez (Force India)
8 — Sebastian Vettel (Red Bull)
9 — Fernando Alonso (Ferrari)
10 — Kimi Raikkonen (Ferrari)
A glória de Hamilton
Favorito, Lewis Hamilton não esmoreceu no fim. No derradeiro desafio em Abu Dhabi, o inglês de 29 anos coroou sua melhor temporada na Fórmula-1 com a merecida conquista do bicampeonato.
Com 11 vitórias, Hamilton dominou a segunda metade da temporada, na qual conquistou cinco vitórias consecutivas e reassumiu a liderança. Apesar da reação do companheiro Nico Rosberg, o inglês soube resistir à pressão e ao jogo psicológico do alemão para se consagrar na F-1.
Iniciado no kart, Lewis começou a se destacar ao ser campeão da Fórmula Renault, em 2003. Dois anos depois, conquistou a Fórmula 3 Euroseries. Em 2006, no ano de estreia, levou o título da GP2, categoria de acesso à Fórmula-1. Terminou o ano assinando contrato com a McLaren, para ser companheiro do então bicampeão Fernando Alonso.
Foi ao pódio nas primeiras nove corridas do ano, duas delas com vitória. Liderou o campeonato até a última corrida, quando perdeu a taça para Kimi Raikkonen por um ponto. Em 2008, tornou-se protagonista do time, que dispensou Alonso. E ganhou o primeiro campeonato também por um ponto, após uma ultrapassagem a 500 metros da bandeirada em Interlagos, derrotando Felipe Massa.
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