Altas horas da madrugada. Caminhando pelo camarote de uma cervejaria na Sapucaí não é difícil de identificar Emerson Sheik. O jogador do Flamengo está rodeado de amigos. Sorrisos não faltam, assim como brincadeiras. Ele logo puxa Edmundo, a quem chama de…
– O Raimundo? A gente é muito amigo!
Falando em Edmundo, ou Raimundo, domingo que vem tem clássico contra o Vasco, em São Januário. Os dois não fizeram nenhum tipo de aposta, garante Emerson. Mas ele enfatiza:
– Pior é que nem chegamos a comentar sobre esse Vasco e Flamengo. Não tem muito o que comentar. A gente vai ganhar o jogo.
Sheik chegou tarde na Sapucaí. O companheiro de equipe Paolo Guerrero marcou presença antes. Aliás, o peruano tem traços de personalidade bem diferentes das de Emerson. Perguntado sobre isso, o camisa 11 sorri e lembra que o artilheiro do Flamengo na temporada é bem tímido.
– O Guerrero é muito tranquilo. Ele é muito envergonhado. Eu falei para ele: “Irmão, eu estou indo para a Sapucaí. Vou estar com a minha galera. Cola comigo!”. Mas ele realmente é muito tímido (risos). Ele sai pouco de casa, até porque nossa agenda não ajuda muito. Acho até que ele já foi embora – disse Sheik pelas 4h da madrugada.
O momento do Carnaval é único para Sheik. O mais preza é a companhia dos amigos, diz ele.
– Aqui eu consigo ver os amigos. Vocês estão presenciando isso. É um momento único, porque dificilmente, por conta da agenda, consigo encontrá-los. No carnaval, isso acontece. Isso é bacana. Jogador de futebol é muito marginalizado. Sai da periferia, sai da favela, e poucos têm a oportunidade de se relacionar bem. Eu sou um cara privilegiado, porque tenho muitos amigos. E isso não tem nada a ver com futebol! É outra pegada (risos). As pessoas se surpreendem com isso. E eu também!
E se perguntar para o Sheik do Flamengo, já sabe…
– Meu treino é só quatro horas da tarde!